domingo, 23 de março de 2014

Thief

Thief é o reboot de uma das séries mais importantes dessa classe de games que utiliza o stealth como mecânica essencial. A Eidos Montreal se juntou à Square Enix para tentarem reanimar Garrett e torná-lo relevante novamente, mas o jogo desaponta em não inovar. Além de tropeçar em elementos básicos, não empolga e falha em superar o que outros jogos influenciados pela trilogia original dessa franquia alcançaram.  Espera,eu já vi essa história antes
    Você começa o jogo sendo apresentado ao personagem principal, um exímio praticante da arte da surdina e mestre em seu ofício. O prólogo exibe uma cidade com elementos steampunk, que está infestada por uma misteriosa praga. Nessa primeira missão, que serve como um tutorial, você está em uma importante missão com uma personagem feminina, quando algo sai errado. A mulher acaba morrendo e você não consegue fazer nada para evitar que isso aconteça. Pode parecer que acabei de descrever a história de Dishonored, mas esse também é o começo de Thief. A pior parte é que as familiaridades não param por aí: uma entidade sobrenatural com um peculiar interesse no protagonista, o retorno para a cidade após um tempo exilado (ou dado como morto) e o retorno da mulher que você viu morrer são outras semelhanças que acabam por desestimular a evolução da narrativa. As duas histórias possuem bem mais do que um arquétipo ou a referência à obra de Joseph Campbell em comum.


Importância e influência das aventuras de Garrett
  Envolvidos na equipe de produção do primeiro Thief, com o sub-título The Dark Project que foi lançado em 1998, estavam Ken Levine e Doug Church, entre outras pessoas. Após a falência da Looking Glass (estúdio responsável pela trilogia Thief), Levine e Church seguiram seu caminho e acabaram trabalhando em outros jogos extremamente relevantes para a indústria como System Shock, System Shock 2, Deus Ex, Portal 2, BioShock, entre outros.  Em uma época onde quase todos os jogos para PC se resumiam em FPS genéricos que tentavam ser clones de Doom, Thief provou que era possível um jogo de computador com uma perspectiva de primeira pessoa oferecer mais do que apontar e atirar. Por mais que essa mecânica seja prazerosa - Wolfenstein 3D possui um lugar especial em meu coração - é necessário mudar para evoluir. Infelizmente, o quarto título da franquia - lançado em 28 de fevereiro - está longe de trazer uma revolução para a indústria ou ainda para o gênero de jogos "Stealth".



Se inflitrar na surdina e roubar sem ser visto,#comofas?
   Para se movimentar pelas vielas sombrias da Cidade (que não possui um nome próprio) você pode correr, se agaixar e dar um "pique ninja" para correr rapidamente porém em um curta distância. Essa última ferramenta é essencial para migrar entre as sombras evitando assim ser visto. Essa arrancada é quase imperceptível aos seus inimigos quando usada sorrateiramente. O jogo permite a exibição da área da Cidade ao apertar um botão, mas não se engane. Ao contrário de Metal Gear Solid, o mapa aqui não possui um radar, nem exibe onde seus inimigos estão ou até onde vai o campo de visão deles. O máximo que sua navegação oferece é mostrar sua posição atual. Aconselho a sempre se esgueiras nas quinas dos corredores para ver se alguém está vindo em sua direção antes de sair correndo por aí.  Boa parte da graça de jogar Thief está em tentar passar despercebido pelos guardas e animais - cachorros e pássaros alertam seus donos da sua presença - em seu caminho. Caso seja avistado, corra, corra como o vento. Você não será páreo para mais do que dois guardas no mano a mano. Lembre-se: esse é um jogo de stealth e não de combate, e você não possui a habilidade de invocar uma horda de ratos para devorar seus inimigos, como seu primo Corvo Attano.  Embaixo de sua barra de vida, fica um círculo que exibe quando você estiver sendo visto ou não. Além desses dois indicadores, o terceiro status é sua barra de "Focus", um sistema similar ao Eagle Vision de qualquer título da franquia Assassin's Creed.

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