quarta-feira, 2 de abril de 2014

Diablo III: Reaper of Souls

Reaper of Souls, a primeira expansão de Diablo III, finalmente saiu e com ela vieram muitas novidades. Temporariamente exclusivo para PC e Mac, a expansão traz a nova classe Cruzado e apresenta a continuação da história tendo como vilão Maltael, o Anjo da Morte. Caso não tenha terminado Diablo III ainda, pare de ler aqui. Reaper of Souls introduz o Ato V e revela bastante coisa após Diablo ser derrotado e aprisionado na Pedra Negra das Almas. Em uma introdução em CG de cair o queixo, Maltael rouba a pedra para si e assim começa a nova aventura.   Confesso que não jogava Diablo III há meses, mesmo após os patches. Cheguei a conferir a versão de console mais pela curiosidade da adaptação para o controle - que ficou excelente - do que pela vontade de criar novos personagens e fazer tudo de novo. Porém não pense que Diablo seja apenas isso: criar personagens, chegar ao nível máximo, e terminar o game. Esta obra-prima da Blizzard sempre tem algo novo a oferecer, sendo praticamente interminável. Com a chegada do Reaper of Souls e o aguardado pacth 2.0.1, meu interesse por Diablo III voltou com tudo.  

Uma casa em chamas por um mundo mais justo

 A Casa de Leilões caiu após muitas reclamações, como o desequilíbrio entre os jogadores e o famoso “farming”, que criou um verdadeiro mercado negro de compra/venda de itens virtuais. Tenho um amigo que, sozinho, ganhou mais de 200 dólares nesta brincadeira. Óbvio que a Blizzard ganhou com isso também, mas não ignorou o buraco em seu próprio sistema. Um buraco que causava vários problemas e passou a afastar os jogadores mais experientes. O exemplo mais comum é este aqui: imagine você, que passa horas e horas jogando, tromba com aquele seu amigo que começou a jogar há pouco tempo e tem um personagem muito mais poderoso que o seu. Como isso é possível? Comprando itens com bônus de experiência na Casa de Leilões, algo que permite pular muitas horas de busca por itens e progressão de nível. O sistema de troca de itens entre jogadores também foi eliminado para evitar o mesmo problema.


Outra mudança radical está nos itens que caem para o seu herói nefalem. Chega de saquear toda aquela tralha que não serve para a sua classe. Agora os itens derrubados pelos inimigos são, em sua grande maioria, voltados pra classe com a qual você está jogando. Os mesmos são marcados na sua conta da Battle.net, não sendo possível repassar à outros jogadores. Se você derrubar um item lendário para o seu amigo, ele verá o item transparente e marcado com seu nome. A troca só é possível em missões de grupo, e com todos no mesmo local em que o item caiu. Aliás, os itens agora possuem atributos primários, secundários e a passiva, além de atributos mais justos - numa escala de 140 a 200 (antes era 100 a 200).   O jogo já seria muito melhor apenas com estas mudanças, mas elas continuam. O limite de nível do herói subiu para 70, abrindo uma nova habilidade para cada classe: Avalanche (Bárbaro), Vingança (Caçador de Demônios), Epifania (Monge), Piranhas (Feiticeiro) e Buraco Negro (Arcanista). Aliás, todas as classes sofreram mudanças significativas. O limite do nível de excelência (Paragon) foi retirado, agora sendo compartilhado entre todos os heróis, e o jogador ainda recebe pontos para distribuir em quatro características: Atributo, Ataque, Defesa e Utilidade. Pontos que você pode reiniciar a qualquer momento e sem custo. Isto muda completamente a forma de jogar Diablo III, além de multiplicar a diversão e o fator replay.   Com grandes poderes vêm grandes desafios   Os inimigos passaram a acompanhar a progressão do herói por igual, independente do nível de dificuldade. As batalhas ocorrem sempre à sua altura, tanto em nível como em habilidades. Pra adicionar ainda mais desafio, os monstros do tipo campeão (azul) e elite (amarelo) possuem até cinco afixos: Pulso gélido, Orbitante, Encantado por veneno, Trovejante e Tunelamento.


Batalha contra um chefe na Fenda Nefalem Para os jogadores experientes, além dos famosos modos Hardcore (morreu, perdeu o herói) e PvP, agora há 10 níveis de dificuldade: Normal, Difícil, Perito, Mestre e Suplício (1 a 6). Para incentivar a procura por itens lendários, a Blizzard criou os modos de Aventura, Caçada e Fenda Nefalem. O modo de Aventura permite ir à qualquer lugar e fazer as missões da história na ordem que desejar, com todos os atos destravados logo de cara. No modo de Caçada, basta falar com Tyrael e concluir missões por ato para adquirir recompensas valiosas. Neste mesmo modo você encontra eventos aleatórios, disparados por exemplo por baús amaldiçoados, que culminam em batalhas contra inimigos mais fortes e mais recompensas. A Fenda Nefalem pode ser aberta a qualquer momento tocando em um Obelisco Nefalem. A fenda leva à uma missão especial com mapa e inimigos aleatórios no qual o grupo deve matar monstros até encher uma barra de porcentagem. Quando 100% completada um chefe de fase surge. Este e os outros modos citados dão também recompensas como os Estilhaços Sangrentos, os quais você troca por itens aleatórios com a nova mercadora Kadala. Esta é uma das muitas formas de obter aquele item lendário que você tanto sonha.   Outra forma de ter os melhores equipamentos é encontrando receitas lendárias para investir seu ouro e ingredientes no ferreiro Haedrig, que ganhou muitas melhorias na forja, e na nova personagem Míriam, uma mística que pode trocar atributos de um item por encantamento (força por inteligência, por exemplo) ou mesmo mudar a aparência do item. Uma solução genial para acabar com aquele visual carnavalesco do seu personagem que nem as tinturas resolvem.


Desbravando o Ato V e a nova classe   Jogando com calma e acompanhando a história nos mínimos detalhes, o Ato V chega a durar três horas. A trama de Reaper of Souls engrandece a obra junto aos ótimos diálogos entre personagens já conhecidos e outros inéditos (tudo em português, claro). Artisticamente, a expansão é superior ao game original. Os cenários são macabros e mais escuros como no primeiro Diablo, com mais níveis de profundidade entre um plano e outro. Durante as trovoadas nos minutos iniciais, a cidade de Hespéria revela sua beleza mórbida com ruas infestadas por vingadores da morte. Destaco também os novos inimigos e chefes de fase, em especial a bruxa Adria. A passagem pela Fortaleza Pandemônio, onde Maltael o aguarda, é um espetáculo visual à parte.   Naturalmente comecei a expansão com a classe Cruzado, e diria que é uma mistura de Bárbaro com Paladino (Diablo II). A classe pode ser desenvolvida como um “tanque de guerra”, para absorver e refletir dano, bem como um herói estratégico para danos críticos extremos. Visualmente a classe é bem bacana e com habilidades bonitas de ver, como a investida de um corcel celestial. A classe faz uso da Ira, semelhante à Fúria do Bárbaro, e boa parte das habilidades causam status para fortalecer a defesa do herói ou retardar / tontear os inimigos. Sob a direção de Gustavo Nader, a voz masculina do Cruzado foi feita pelo dublador Ricardo Juarez, famoso por dublar personagens como Barney (Os Simpsons), Johnny Bravo, Hellboy e a girafa Melman (de Madagascar 1 e 2), entre outros exemplos. Nos games, estreou fazendo a voz do Kratos em God of War. Já a voz feminina ficou à cargo da dubladora veterana Monica Rossi, a qual emprestou sua voz à muitos desenhos, séries e filmes dos anos 80 pra cá. Para identificá-la facilmente, só digo uma coisa: ela fez a voz da Sarah Connor (Linda Hamilton) em O Exterminador do Futuro 1 e 2. Márcio Simões, que dubla o Tyrael, também gravou novo material para a expansão. Sem dúvida um elenco de primeira.   Em minha aventura para construir um Cruzado nível 70, só tive uma ressalva: é um personagem tecnicamente lento e truncado, característica que não faz o meu tipo. É uma classe estratégica para se jogar em grupo e ótimo para causar status acumulativos. Ainda assim preferi jogar Reaper of Souls com uma classe mais ágil como Arcanista ou Monge.


Trecho da Fortaleza Pandemônio, onde você trava as melhores batalhas do Ato V   Por fim, o patch incluiu o sistema de clãs e comunidades. Em clã o grupo é menor e só entra convidados, com chat privado e info completa de cada herói do grupo para consulta - o meu clão se chama "HUE", só para constar. Em comunidade, você pode participar de um grupo ilimitado de jogadores com um mesmo objetivo. Exemplo: somente brasileiros, todo mundo com a mesma classe, etc. É também uma boa forma de fazer novas amizades.   Reaper of Souls é obrigatório para quem já joga Diablo III ou se interessa pelo gênero de RPG de ação. Com estas (e outras) mudanças, o game ficou mais profundo e complexo, oferecendo inúmeras experiências de jogo. Uma partida nunca é igual à outra, seja jogando sozinho ou com amigos. E mais uma vez vimos a Blizzard realizando um excelente serviço de atendimento aos fãs, fazendo as mudanças necessárias para deixar seu jogo ainda mais lapidado.

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